quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Introspecção

Hoje a madrugada é fria
Escrevo para aquecer-me
Pela janela aberta sinto a ventania
E o vento chega a entorpecer-me

Peço-te que não venhas
Por favor, desta vez, não vem

Não vem que hoje prefiro o silêncio,
minha própria companhia
Me permita esconder-me,
acostumar-me a ser sozinha

Peço-te que não venhas
Por favor, desta vez, não vem

Não vem que hoje não quero consolo
Dispenso visitas; nem toque a campainha
Por ora basto-me a mim mesma
e sofro só a dor somente minha 
poesia que escrevi em 2013.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Quero ser uma Heleninha!

Eu tinha uns 10 anos quando decidi que queria escrever. Na verdade, meu gosto pela escrita veio junto com o gosto pela leitura. Minha mãe sempre comprou livros pra mim, desde que eu era bem pequena. Eu não lembro exatamente qual foi o primeiro que li, mas lembro do primeiro pelo qual me apaixonei: Precisa-se de Um Avô
Lembro que quando terminei o livro me deu uma vontade danada de escrever uma história tão legal quanto aquela. Na última página tinha a costumeira e breve biografia do autor, neste caso, autora: Heleninha Bortone. Fechei o livro decidida a me tornar uma Heleninha
Um dia seria a minha foto e a minha biografia no final de uma obra, um dia alguém leria um livro meu e quem sabe, no fim das contas, seria tomado pelo mesmo sentimento e aí surgiria mais um escritor?!

A partir daquele momento eu passei a torcer pra que um adulto chegasse perto de mim e perguntasse “o que você quer ser quando crescer?” só pra que eu pudesse ter o prazer de responder “escritora!”.
A primeira historinha que escrevi foi pra um trabalho na escola. Lembro de como fiquei toda boba e orgulhosa quando li o “Excelente!!!” da professora no meu caderno. Chegando em casa mostrei aos meus pais e eles ficaram tão bobos e orgulhosos quanto eu, principalmente por que eu não havia pedido a ajuda deles. A história tinha saído todinha da minha cabeça!

O tempo passou, eu cresci e o amor por escrever também. Percebendo que viver de escrita já não era mais um desejo efêmero de criança, meu pai achou prudente me alertar: “filha, ser escritor neste país é muito difícil. É preciso que você tenha uma garantia, uma outra profissão”. Ou seja, ele queria dizer que eu devia buscar uma coisa mais pé no chão, algo que me desse uma estabilidade, e encarar a escrita como um projeto paralelo, que podia vingar ou não.
Claro que a conversa não me agradou muito, mas não havia como negar que a preocupação do seu Edson tinha fundamento.

Como eu não podia ser simplesmente escritora, optei pelo Jornalismo. O que não resolveu quase nada do problema, porque ser jornalista também é difícil pra caraca. Aliás, meu pai já tentou me fazer mudar de ideia um monte de vezes. Só que depois de eu ter dito que também tenho vontade de fazer Cinema e Antropologia (sim, sou irrevogavelmente de Humanas) ele desistiu.
Talvez eu acabe não passando no vestibular pra Comunicação e entre pra Letras ou História que são cursos que eu também faria com muito amor, mas certamente continuarei escrevendo e lutando para ser reconhecida por aquilo que escrevo. Nem que seja via blog mesmo.

Obviamente, muitos outros livros me conquistaram depois de Precisa-se de Um Avô. Contudo, o meu livro preferido de infância continua ocupando lugar especial na minha estante e no meu coração. Não raro eu o folheio, e reabri-lo é como sentir de novo aquele primeiro amor tanto pela escrita quanto pela leitura.

Mesmo que eu já tenha desejado (e ainda vá desejar) ser a nova versão de um monte de autores, quando penso na essência desta paixão por escrever, descubro que ainda existe uma criança aqui no fundo sonhando em ser uma Heleninha.


quinta-feira, 27 de março de 2014

Sobre começar um blog

Eu já comecei um blog muitas vezes. Gastava horas pensando num endereço criativo, escolhendo layout e arrumando a “casa”. Pra no fim das contas postar dois ou três textos e abandonar a página.
Faz um tempo desde que eu criei o último. Nem lembro se cheguei a publicar alguma coisa. Não pretendia criar outro, mas sei lá por que cargas d'água um dia desses me deu vontade de começar de novo. E aí surgiu Um Gole de Poesia. Não sem antes tentar um monte de endereços já existentes, é claro.

Mas nem só de poesia viverá este blog, pretendo compartilhar qualquer outro texto meu aqui. E de escritores de verdade também, por que eu só finjo que escrevo. Sou um eterno projeto de poeta, cronista e talvez até mim mesma.

Sei que serão poucos os que virão beber desta xícara, porém a estes poucos ainda cabe um conselho: sem grandes expectativas! É bastante provável que ela não seja enchida com frequência. 

No mais, espero que saboreiem os goles.